História
ORIGEM
A origem da renda de bilros não bem é conhecida. Esta arte poderá ter sido trazida do norte da Europa por comerciantes e marinheiros que mantinham importantes relações comerciais com Flandres (região Belga).
A origem da renda de bilros não bem é conhecida. Esta arte poderá ter sido trazida do norte da Europa por comerciantes e marinheiros que mantinham importantes relações comerciais com Flandres (região Belga).
HISTÓRIA
Os primeiros trabalhos de renda em Portugal remontam ao século XV. No reinado de D. João V o país foi inundado e influenciado pelas rendas com origem na Flandres, dado que o protocolo da corte obrigava ao uso das rendas flamengas, facto que veio prejudicar o desenvolvimento das nacionais. Esta situação originou a revolta das rendeiras nortenhas que enviaram o seu protesto, perante o rei, através da vila-condense Joana Maria de Jesus, que conseguiu permissão para o uso das rendas nacionais em lenços, lençóis, toalhas e outro bragal de casa, continuando proibido o seu uso pessoal. As rendas nacionais foram libertadas destas peias em 1751, no reinado de D. José, passando a poder ser usadas na roupa branca de uso das pessoas, toalhas, lençóis e outras alfaias da casa. Porém a entrada na capital das rendas feitas no resto do país era sujeita ao acompanhamento de guias passadas pelos escrivães das câmaras, embora, pelo facto de na sua feitura se empregarem somente pessoas pobres, estivessem isentas de impostos. |
É conhecida a expressão "Onde há redes há rendas" e o Algarve não foi excepção, como não foram quase todas as povoações do litoral onde se desenvolve actividade piscatória. Num livro publicada em 1865 pelo então capitão do porto Pedro Cervantes de Carvalho Figueira refere-se que umas senhoras, que na época contavam mais de oitenta anos, afirmavam que a sua tia/avó lhes mostrava piques das rendas que tinha feito em menina, o que atesta que as rendas, em Peniche, já se faziam em meados do século XVIII.
RENDA DE BILROS EM PENICHE
Consta que em 1836 a mulher do Conde de Casal, analisando as rendas grosseiras que aqui se faziam, entendeu que, se se usassem materiais mais delicados, como linhas mais finas e desenhos elaborados, seria possível obter produto de melhor qualidade. Com o auxílio de um engenheiro em serviço na praça pôs em acção o seu plano, do que resultou sensível melhoria da qualidade, o que permitiu que as nossas rendas fossem premiadas em eventos internacionais logo nos anos de 1851 (Paris e Londres), 1857 e 1861 (Porto), 1872 (Viena de Áustria) e 1878 (Paris). |
A originalidade e a qualidade das rendas de bilros de Peniche atingiram tal grau de perfeição e notoriedade, que toda e qualquer renda de bilros portuguesa passou a ser conhecida, simplesmente, por renda de Peniche. Em meados do século XIX existiam em Peniche quase mil rendilheiras e, segundo Pedro Cervantes de Carvalho Figueira, eram oito as oficinas particulares onde crianças a partir dos quatro anos de idade se iniciavam na aventura desta arte.
Vila do Conde e Peniche são actualmente as duas regiões produtoras de renda de bilros mais importantes do país, quer pela qualidade dos trabalhos, quer pelo número de pessoas que envolve.
Bibliografia
• "Peniche na história e na lenda", de Dr. Mariano Calado
• "Bordados e rendas de Portugal", de Dr. Manuel Maria de Sousa Calvet de Magalhães
Fotografias
• Rancho da Praça
• Câmara Municipal de Peniche
Vila do Conde e Peniche são actualmente as duas regiões produtoras de renda de bilros mais importantes do país, quer pela qualidade dos trabalhos, quer pelo número de pessoas que envolve.
Bibliografia
• "Peniche na história e na lenda", de Dr. Mariano Calado
• "Bordados e rendas de Portugal", de Dr. Manuel Maria de Sousa Calvet de Magalhães
Fotografias
• Rancho da Praça
• Câmara Municipal de Peniche