Sobre Nós
Luisa
Gosto de tudo o que se relaciona com trabalhos manuais. Gosto de renda, de pintura em tecido e madeira, gosto de fazer croché, tricô, bijutaria em croché, anéis, pulseiras, brincos, fios e tudo o que é inovação.
A 13 de Janeiro de 1988, surgiu oportunidade de fazer um curso de Formação Profissional em conservação do Património Cultural, nomeadamente um curso de renda de bilros sendo a Junta de Freguesia de Silves a entidade hospedeira. Nesse mesmo curso foram monitoras as Professoras Judite Pinto que nos ensinava as rendas de bilros e Margarida Ramos que nos ensinava o desenho. Este curso teve a totalidade de 2.588 horas. Decorreu entre 03-01-88 a 27-12-89 na Junta de Freguesia de Silves. Terminei o curso com aproveitamento. Este curso ajudou a promover esta arte que no meu local de residência esteve quase perdida. Foi em parte recuperada através de pesquisas realizadas junto de algumas entidades e pessoas particulares, com desenhos muito antigos e esquemas de elaboração. Depois de terminar o curso, comecei em 1990 a dar aulas com 6 alunas e continuei como formadora na escola Primária do Enxerim e na escola E.B. 2, 3 de Silves até 2012 altura em que já dava aulas a mais de 50 alunas, entre os 8 e os 18 anos. Este ensino foi possível graças à Junta de Freguesia de Silves que promoveu cursos de renda de bilros, permitindo desta forma ensinar aos jovens e adolescentes a prática desta técnica. Todas as minhas alunas demonstraram muito interesse nesta arte e faziam trabalhos mais ou menos elaborados conforme os anos de aprendizagem. Muitas vezes devido ao facto de que não tinham ainda capacidade de elaborar um trabalho difícil, eu adaptava o trabalho à aluna. Sinto que esta é a profissão que sempre desejei, e agradeço à Junta de Freguesia de Silves por ter facilitado a practica desta arte até 2012, data em que a o ensino de renda de bilros nas escolas de Silves foi descontinuado. |
Vânia
Sou a filha da Luisa. A renda de bilros está integrada na minha família há muitos anos. Tenho memória, de quando era criança, ver a minha avó a fazer esta renda, e tenho ainda algumas peças feitas por ela que me ofereceu na altura para o enxoval.
Lembro-me também, durante as minhas férias, de ir com a minha mãe para Silves, quando ela estava a participar no curso de renda de bilros. Para mim era muito divertido, e ainda mais divertido quando faziam visitas de estudo e podia ir com ela. Achava este lavor engraçado e brincava fazendo de conta de sabia fazer muito bem esta renda. No entanto, foi só mais tarde já depois dos vinte anos que me interessei a sério por esta arte. Achei que devia seguir esta tradição e manter viva a renda de bilros na nossa família. Comecei por fazer um trabalho fácil e ao longo dos anos, apesar de não fazer muitos trabalhos porque o tempo não permite, tenho feito algumas peças mais ou menos elaboradas. O resultado final de um bonito trabalho é sempre muito satisfatório. Recordo-me de duas lindas peças de renda de bilros que a minha mãe fez para mim quando casei, umas luvas e uma liga. Tive um enorme prazer e orgulho em usá-las. Para mim estes trabalhos representam o talento, dificuldade e prazer que este lavor traz. Hoje tenho muito gosto em fazer esta renda e espero poder seguir os passos da minha família e continuar a divulgar esta arte. |